Construção Civil: Patrões menosprezam trabalhadores e oferecem merrecas

Alaor Barbosa Jr.
Ascom Sinticom-TAP

Uberlândia, MG (02/12/11) – Mais uma vez a classe patronal do setor da construção civil, na segunda maior cidade de Minas Gerais, menospreza os trabalhadores responsáveis pelo sucesso que o setor tem alcançado, e oferece merrecas como reajuste salarial para a categoria.

No final da tarde de ontem, 01, aconteceu reunião entre o Sinduscon-TAP (Sindicato das Indústrias da Construção de Uberlândia, Triangulo Mineiro e Alto Paranaíba) e o Sinticom-TAP (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Uberlândia, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba), com vistas a um acordo coletivo. Todavia, esse acordo não foi fechado, haja vista a irredutibilidade e menosprezo patronal, para com as reivindicações dos trabalhadores.

A pauta de reivindicação da construção civil, aprovada em assembleia realizada em setembro, e encaminhada ao Sinduscon-TAP, representante da classe patronal, pede um reajuste salarial na ordem de 12% acrescido de 6% de ganho real, além da unificação do piso salarial no estado de Minas, conforme decisão da Feticom-MG (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de Minas Gerais). No entanto, os patrões respondem com a oferta de reajuste pelo “índice acumulado nos 12 últimos meses mais 1% de ganho real”. E ainda sugerem a perda da cesta básica por parte do trabalhador que faltar justificadamente ao trabalho, bem como reajustar o seguro de vida apenas e tão somente pelo índice oficial.

A contra proposta patronal foi recusada em assembleia realizada no último dia 25 de novembro. Sendo naquela ocasião mantida a proposta original da pauta de reivindicação.

Estadual

A Feticom-MG, entidade que congrega os sindicatos em Minas Gerais e representa a categoria onde não há entidade sindical estruturada, mantém negociação com o Sinduscon-MG, entidade que representa os patrões no estado  buscando acordo coletivo, uma vez que a data base da categoria é 1º de novembro.

Atualmente os pisos estaduais, em vigor até 31 de outubro último, eram os seguintes: Servente: R$605,00; Meio Oficial: R$699,60; Oficial: R$ 926,20. Valores esses bem acima dos praticados em Uberlândia, cujos pisos até 31 de outubro valiam Servente: R$568,00; Meio Oficial: R$620,00 e Oficial: R$750,00.

Os valores estaduais são pagos por patrões em diversas regiões do estado, com riqueza bem inferior a de Uberlândia, onde o setor da construção civil nunca teve pujança como atualmente, uma vez que o município é um verdadeiro canteiro de obras, com empreendimentos sendo desenvolvidos nos quatro cantos do município.

Desrespeito

Para o presidente do Sinticom-TAP, Reinaldo Rosa de Souza (Reinaldão), a atitude demonstrada pela classe patronal “é um desrespeito até mesmo para com a inteligência do trabalhador”. Entende ele que “não podemos aceitar tal situação e os companheiros trabalhadores devem reagir a isso, o quanto antes, a fim de assegurarmos uma melhora geral, que possibilite ao menos o mínimo de dignidade de vida”.